Estamos vivendo um momento de mudanças de conceitos e de entendimento de como pensar no planeta, no seu continente, país, estado, cidade e no seu bairro.
O uso da água é um tema que ainda não tem a real relevância no Brasil.
Os governantes e a população não possuem a devida consciência da importância desse precioso bem; deixam tudo aos cuidados da natureza, afinal de contas, o “Brasil sempre foi abençoado pelas chuvas e não falta água”.
Não é o que dizem moradores de áreas de extrema seca no Nordeste deste país os quais valorizam muito o precioso líquido.
Há muitos anos – não é recente – entregamos a São Pedro a responsabilidade de preencher novamente os reservatórios das regiões metropolitanas. Pouco tem sido feito para que haja uma redistribuição e compartilhamento da água para consumo.
Com o crescimento das cidades, sobretudo, dos grandes centros urbanos, o uso da água, cada vez maior, deverá ser feito com reserva e contenção de gastos desnecessários.
Até bem pouco tempo, por termos abundância, a água não foi economizada nas lavagens de calçadas, como se fosse um rodo hidráulico; a torneira aberta, enquanto o balde transbordava na lavagem de carros, os banhos demorados e uma série de outros exemplos bem conhecidos.
Vimos a crise hídrica passar bem ao nosso lado, sob o risco de ficarmos sem água, caso São Pedro não tivesse colaborado novamente trazendo água.
A crise trouxe consciência para a maior parte das pessoas, mas ainda há muito que fazer.
Paralelamente às ações para economia, é importante que seja difundida nas escolas, de todos os níveis, a importância da água, de sua preservação e que formas de economia sejam ensinadas. Somente com a educação, gerando um avanço cultural, poderemos elevar o precioso líquido à sua real importância.
Já há uma conscientização quanto ao descarte de lixo; houve uma época em que era jogado pela janela dos carros: fraldas usadas (!), latas de bebidas, papel de bala, jornais de propaganda, pontas de cigarros, prospectos de publicidade entre outros. Também jogavam lixo nas linhas do trem ou do Metrô. Agora, ainda o fazem, mas a quantidade é bem menor. As pessoas mais conscientes guardam para descartar em lugares apropriados. É um sinal de civismo, de educação e de colaboração para evitar enchentes, entupimento de bueiros, depósitos em rios, além de deixar o ambiente mais limpo e mais agradável.
Nas empresas de saneamento muito é dispendido para que o líquido seja distribuído e entregue às residências de forma potável, o que, aliás, é um dos pontos altos da qualidade da água que recebemos no Brasil.
Entretanto, é um disparate ver essa água cara, que serve até para beber, ser usada para regar plantas, em lavagem de pisos, de carros, em irrigação, encher piscinas.
É o momento de se pensar num uso apropriado para cada destino da água. Como exemplo, companhias de saneamento comercializam água de reuso (claramente não devem ser usadas para uso humano e para beber), para diversos fins. Vemos, como uma forma desse uso, a lavagem das ruas onde ocorrem feiras livres.
Se considerarmos que nas faturas de água pagamos 50% para o consumo de água e 50% para o uso do esgoto, o tratamento da água para reuso, além da contribuir para o meio ambiente, poupando os reservatórios, ainda traria economia na fatura para o condomínio ou a residência. Com a reutilização da água, o valor do esgoto seria o mesmo. Em outras palavras, ao tratarmos os esgoto ou águas pluviais, há economia no valor a ser pago para o esgoto, pois a água seria reutilizada antes de ser descartada, de fato.
A conscientização é o elemento mais importante no processo de economia. É melhor planejar, o quanto antes, para não ficarmos sem água!
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